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Apresentação

O cidadão Marcos Antônio Campos consegue sobreviver neste Brasil de hoje, de tanta dificuldade de sobrevivência, náo somente trabalhando em função de outros cidadãos como empregado do Banco do Brasil, mas dedicando-se à nobre tarefa do fazer literário. É um poeta. E dos melhores que conheci ultimamente. Que sabe que a linguagem poética não é a linguagem do cotidiano. 

Algumas de Suas experiências justificam plenamente a colocação dos formalistas russos do começo do século passado, para quem a finalidade da arte "é dar uma sensação do objeto como visão e não como reconhecimento; o processo da arte é o processo de singularização dos objetos e o processo que consiste em obscurecer a forma, em aumentar a dificuldade e a duração da percepção. A arte é um meio de sentir o devir do objeto, aquilo que já se tornou não interessa à arte".

Prefácio

Certa vez me encantei com o posicionamento do crítico literário Ezra Pound, quando ressaltou que "vivemos numa era de ciência de abundância. O amor e a reverência pelos livros como tais, próprios de uma época em que nenhum livro era duplicado até que alguém se desse ao trabalho de copiá-lo a mão, não respondem mais, obviamente, às 'necessidades da sociedade', ou à preservação do saber. Precisa-se com urgêncía de uma boa poda". 

Concordo plenamente com Ezra Pound, ainda mais quando ele classifica os escritores em categorias: são INVENTORES, MESTRES, DILUIDORES, BELLES LETTRES e LANÇADORES DE MODAS... Ezra Pound delineou bem sua classificação, principalmente ao sinalizar que desses, os melhores são os que efetivamente contribuem para melhorar a arte que criticam, um dos motivos que levou Décio Pignatari a ser leitor de seu posicionamento crítico. 

Não diferente, e nesse ponto eu ouso colocar Marcos Antônio Campos e seu fazer artisticamente poético, muito próximo da produção de Décio Pignatari. É claro nada vem do nada e que toda grande obra é frutificação do que de melhor a tradição vem plantando e que muitas das revoluções artísticas resultaram de um esforço conjunto, como foi o caso da poesia concreta, da qual Décio Pignatari é coinventor. 

Muito embora tudo o que se refira a Décio Pignatari interesse àqueles que o admiram, sua poesia é a parte de sua obra que maiores consequências trouxe para a arte no Brasil e no mundo: seus poemas entram como algumas das mais belas realizações artísticas do século XX. Eu vos apresento nesta obra um INVENTOR, Como assim diagnosticaria e classificaria Ezra Pound. Um homem comum, cuja formação acadêmica é na área das Letras e que tão bem sabe trabalhá-las em seu fazer poético. 

Marcos Campos não só é criativo Com as palavras, como também brinca com elas e as esculpe, um verdadeiro artesão que se insere no Contexto da poesia concreta – daí o motivo de compará-lo ao trabalho artístico e crítico de Décio em sua poesia concreta, posto que Marcos Campos é apresentado ao cenário da literatura potiguar como uma grande novidade enquanto escritor, mas, acima de tudo, como expoente maior da poesia concreta na atualidade. Página após página o leitor passará a entender a razão de minhas colocações. Décio Pignatari saiu do cenário da literatura brasileira em dezembro de 2012, mas a literatura potiguar tem o prazer de apresentar a poesia concreta e o lirismo crítico de Marcos Antônio Campos, um verdadeiro INVENTOR. 

Sandemberg Oliveira

§ Título: UM BÊBADO SONHADOR

§ ISBN: 9788569247234

§ Gênero: 1. Poesia - 2. Ilustração - 3. Regional

§ Idioma: Português

§ Páginas: 150

§ Ano: 2019

§ Editora: Caravela - Selo Cultural

§ Lugar: Natal/RN
 
§ Sobre o autor: Marcos Antônio Campos nasceu em 1951, em Natal-Rio Grande do Norte. É formado em Letras, Administração e Ciências Contábeis, todos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E funcionário aposentado e da ativa do Banco do Brasil, membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN e do Instituto Histórico e Geográfico do RN. Descobriu-se poeta em 2011 com o lançamento do soneto Anjos Tortos. Está presente em várias coletâneas pelo Brasil e agora lança seu primeiro livro solo, Um Bêbado Sonhador, cujos poemas estão premiados em diversas universidades, academias de Letras, secretarias de Cultura, sindicatos e empresas.

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