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Apresentação

A publicação desta importante obra, que destaca a corajosa luta do médico militante comunista Vulpiano Cavalcanti de Araújo, traz para a sociedade memórias históricas reveladoras da vida combatente e humanista desse grande ativista que, mesmo sob o impacto de inúmeras prisões e torturas, sempre foi resistente em busca da democracia, dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, da paz e da construção de um mundo igualitário, um outro mundo possível para todos e todas.

Sinopse

Poucos sofreram, suportaram e derrotaram a tortura como fez Vulpiano. Dezembro de 1952 é uma data vergonhosa para o país. Ocorreu uma das muitas, e a mais violenta, das prisões de Vulpiano. A Base Aérea de Natal​ foi o palco de atos da mais extrema covardias, de um lado, e de imensurável heroísmo, de outro. Meses e meses de martírio. Resistência inquebrantável. São suas palavras, muito depois: "... Não sou velho, sou usado e maltratado; e como fui maltratado..." Quebraram suas mãos. Dele, médico e cirurgião. Ao ser perguntado sobre a razão de sua força disse: "Tinha muita convicção da verdade que defendia". Os torturadores foram derrotados. Seu depoimento resumiu-se a uma afirmação de princípios: "Sou comunista e continuo com as mesmas ideias". Mesmo assim, antes de assiná-lo, discutiu-o com Luiz Maranhão, que com ele dividia toda aquela ignomínia. E com bravura similar. Não é, portanto, de surpreender-se que Dom Nivaldo Monte, então Arcebispo de Natal, tomado de conhecimento de seu sofrimento e da história de sua vida, tenha afirmado: "É mais Cristão do que muitos de nós". Vulpiano Cavalcanti nos deixou em 19 de novembro de 1988. Contudo, na resistência e na luta dos comunistas, sempre estará presente. 

Juliano Siqueira

§ Título: Memórias de um médico do povo

§ ISBN: 9786589731627

§ Gênero: 1. História - 2. Biografia - 3. Memórias - 4. Escritos Históricos - 5. Militância do PCB.

§ Idioma: Português

§ Páginas: 128

§ Ano: 2022

§ Editora: Potiguariana

§ Lugar: Natal/RN

§ Sobre o autor: Muitos anos são passados (1966). Pelas mãos e o exemplo vivo pelas idéias e a firmeza de convicção de Dr. Vulpiano Cavalcanti, comecei minha difícil e ilimitada (por mim mesmo) vida de revolucionário e permanente aprendiz de comunista. Presenteou-me com um exemplar de A dialética da natureza,​ de Friedrich Engels. Enquanto existir lembro e agradeço. Naquele instante nascia um Novo Mundo e a possibilidade de um novo homem. Dr. Vulpiano Cavalcanti - o Camarada Vup, como o tratávamos com respeito e carinho - nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 15 de março de 1911. Tornou-se potiguar após a cassação do registro do Partido Comunista do Brasil, no governo repressivo do execrável (presidente) Eurico Dutra. Veio para o RN na condição de foragido. 

Foi morar na cidade de Mossoró. Tangido, refugiou-se em Natal. Residiu em Areia Branca e Macau. Mas foi aqui, na capital do estado, que construiu sua gesta revolucionária. Desde jovem, nos colégios e faculdades de medicina (BA e RJ), abraçou com determinação as causas populares. Na década de 30 fez parte de Aliança Nacional Libertadora (ANL) e, em seguida filiou-se ao Partido Comunista - emblema rubro de sua existência de coragem e magnífica simplicidade. Outro jovem de sua marca, companheiro até a última hora, Isnard Teixeira, combatente marxista-leninista, incentivou e descobriu em Vulpiano Cavalcanti de Araújo a vocação militante.